Reflexões sobre as doenças de Chagas, cardíaca reumática e influenza foram apresentadas

No segundo dia do World Congress of Cardiology 2022 (WCC 2022), 14 de outubro, aconteceu a mesa Doenças tropicais negligenciadas e outras doenças infecciosas que afetam o coração debatendo as doenças de Chagas, cardíaca reumática e influenza. Daniel Pineiro, presidente da World Heart Federation, abriu a destacando que “nunca devemos esquecer das doenças chamadas esquecidas”.
Tom Ribeiro, da Universidade Federal de Minas Gerais, afirmou que o “vazio epidemiológico de informações sobre doença de Chagas que dificulta a gente reconhecer o impacto da doença”. Por isso, o estudo RAISE está sendo desenvolvido para estimar a carga de doença em países endêmicos e não-endêmicos. O médico destacou que cerca 1% a 2% dos pacientes ao ano desenvolvem a forma cardíaca. “A abordagem terapêutica do paciente com cardiomiopatia chagásica é sindrômica e os tratamentos que nós temos são os mesmos das outras”.
Karen Sliwa, Universidade da Cidade do Cabo, apresentou as experiências de intervenção e gestão da doença cardíaca reumática desenvolvidas no continente africano. Segundo a médica, investir na implementação integrada de prevenção, gestão e intervenções cirúrgicas pode reforçar os sistemas de saúde, proporcionando retornos que excedam os custos. Daniel Pineiro destacou que “quando temos um só paciente acometido pela valvulopatia reumática é um fracasso da medicina, porque é completamente evitável”.
Maria Inés Sosa Liprandi, da Sanatorio Güemes Buenos Aires, comentou a importância da vacinação contra influenza para prevenção cardiovascular, sendo uma alternativa efetiva e de baixo custo. “Com todas as evidências, a maioria dos cientistas recomenda a vacinação em pacientes com alto risco cardiovascular. No entanto, a taxa de vacinação na América Latina ainda é muito baixa. Estamos ainda muito distantes de nosso alvo”, afirmou a médica.