
Austríaco naturalizado americano, Eugene Braunwald é uma lenda da cardiologia, sendo simplesmente o autor mais citado nos artigos científicos publicados em revistas internacionais. Recebeu dezenas de prêmios ao longo da carreira, além do título de doutor honorário em ciências pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e em mais 23 universidades mundo afora.
Crédito: National Institutes of Health.
Professor da Harvard Medical School e líder do TIMI, o grupo estudos sobre trombólise e infarto do miocárdio do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, ele é um dos convidados internacionais do Congresso e nos falou um pouco sobre sua participação, como poderá ler a seguir.
No dia 15 de outubro, a sua conferência será sobre os caminhos da cardiologia na próxima década. Se tivesse de resumi-la em uma mensagem-chave, qual seria ela?
PROF. EUGENE BRAUNWALD — A minha mensagem mais importante nessa conferência é que devemos redobrar os nossos esforços para promover a prevenção da doença cardiovascular aterosclerótica. Cuidar ainda mais disso, fazer ainda mais do que já fizemos. Afinal, essa é a principal causa de mortes em todo o mundo e não deveríamos nos conformar com isso. Eu espero descrever como podemos fazer essa prevenção nos próximos anos de maneira mais efetiva do que vem acontecendo.
E, nesse sentido, qual seria a maior dificuldade ou o maior desafio?
PROF. EUGENE BRAUNWALD — De longe, o maior desafio seria promover a prevenção primordial — na realidade, eu gostaria que vocês publicassem PRIMORDIAL, com letras maiúsculas. Ou seja, estou falando em evitar o início do desenvolvimento de fatores de risco, como a hipertensão, o colesterol elevado, o tabagismo e tantos outros. Isso precisa ser feito nos primeiros anos de vida e não no adulto jovem, é evidente. Portanto, implica em uma mudança de mentalidade: os cardiologistas terão que trabalhar com os pediatras.
O que o sr. diria para aqueles que se inscreveram ou que pretendem se inscrever no Congresso?
PROF. EUGENE BRAUNWALD — Meu recado sincero é que esse congresso é a melhor oportunidade para um cardiologista descobrir como ele pode ter impacto real na qualidade e na duração de vida das pessoas. Portanto, chego a pedir: por favor, venham e aprendam como fazer isso.
O 77º Congresso Brasileiro/Mundial de Cardiologia, na visão desse nome gigante da cardiologia, é para quem quer fazer a diferença. Siga o conselho do prof. Braunwald e venha se reunir conosco entre 13 e 15 de outubro no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro.