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“O desafio é evitar a isquemia e o risco de sangramentos ao mesmo tempo"


Professora da Icahn School of Medicine, na Mount Sinai, Nova York, Roxana Mehran nasceu e viveu em Teerã, no Irã, até os 13 anos de idade, quando a família se mudou para os Estados Unidos.


A decisão de se tornar médica surgiu na mesma época, quando o irmão, dois anos mais novo, ficou muito tempo doente até ser diagnosticado com púrpura de Henoch-Schölein. Entre idas e vindas a hospitais por causa disso, Roxana Mehran percebeu que se sentia em casa naquele ambiente.


Mas, se é para falar do momento mais marcante de sua carreira, ela prefere relembrar o encontro com a pessoa que definitivamente mudou sua trajetória, porque a fez se dedicar às doenças cardiovasculares: “Eu me refiro ao professor Arnold Katz, que era chefe da cardiologia da Universidade de Connecticut e autor de alguns dos livros mais importantes que temos sobre a fisiologia do coração”, diz.


Um dia, ele cruzou com a jovem estudante em um plantão e lhe fez algumas perguntas. Ela, sem saber direito quem era aquele doutor, em vez de simplesmente respondê-lo retrucou com outras questões. Nessa breve discussão, surgiu uma admiração mútua e o convite para se tornar pesquisadora em seu laboratório. “Agradeço sempre por ele ter visto algum talento escondido em mim”, ele conta.


Porém, foi apenas depois, durante o período de fellow em Mount Sinai, que Roxana Mehran se decidiu especificamente pela cardiologia intervencionista. “Na época, ali, só existia eu e mais uma colega mulher”, recorda-se.


Hoje, no entanto, perto de metade dos médicos que chegam na Mount Sinai para se especializar nessa área é mulher. E, certamente, Roxana Mehran é uma das grandes responsáveis por abrir esse caminho. Brilhante, ao ouvi-la no Congresso todos irão entender depressa o porquê.


No dia 13 de outubro, quem estiver no congresso terá a chance de assistir à sua conferência sobre terapia antiplaquetária. Por que esse é um tema tão importante?

PROF. ROXANA MEHRAN — Penso que, durante muito tempo, toda a nossa atenção nos procedimentos cardíacos intervencionistas estava na isquemia. Ninguém irá questionar que resolver a isquemia é mais do que necessário. Porém, quando só olhamos para ela, aumentamos tremendamente o risco de sangramentos que são igualmente muito perigosos, até porque levam a mais isquemia. Portanto, o meu objetivo é, em primeiro lugar, sensibilizar os médicos para esse risco, além de mostrar como podemos prevenir ou, então, manejar essas complicações.


E esse manejo ainda é um grande desafio?

PROF. ROXANA MEHRAN — Sem a menor dúvida. Evitar a isquemia de um lado sem aumentar a probabilidade de sangramentos de outro é um equilíbrio extremamente difícil. Espero que, em um futuro breve, a gente tenha novas maneiras de obter esse balanceamento, pois só com ele poderemos melhorar os desfechos cardiovasculares.



O que a sra. espera do Congresso?

PROF. ROXANA MEHRAN — Sem exagero, estou bastante ansiosa para participar do congresso no Rio de Janeiro, porque é muito raro reunir tanta gente importante da cardiologia em um só lugar e em um só tempo, como acontecerá em outubro no Brasil. Olho para a programação e vejo uma imensa variedade de assuntos, de maneira que todos os que trabalham com saúde cardiovascular, não importa a área, encontrarão sessões de seu grande interesse.


Será um encontro realmente fantástico e eu só posso dizer a cada um: 'venha aprender com os melhores’. Mas claro que não estou me incluindo nesse grupo (risos).


Siga a recomendação de Roxana Mehran e esteja conosco entre 13 e 15 de outubro no Centro de Convenções Riocentro, no Rio de Janeiro.




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